quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Decomposto e limpo o asco daquelas horas onde a imensidão de sentimentos misturados com o meu estado ébrio, reestruturo todas as paredes desta sala. Estuque reposto e pintado..
Passaram-se longas e duras horas sem um pingo de descernidade para me olhar de novo, aqueles medos de enlouquecer o meu lado eloquente domaram o que restava no meio desta longa ressaca . Não de líquidos capazes de inebriar de consciência, mas sim de sentimentos, de mimos..

Sei que não sou um monstro nem um bicho intocável  Tenho me retido e controlado, fizeram-me assim e moldam-me com o tempo para um arrebentar violento que adio com todos estes bocados de qualquer coisa que aqui ponho.. Desfaço-me em pequenas gotas e entorno-as sobre as folhas, recoloco-me sobre a forma da mesma tinta que corre de vez em quando. Sangue das minhas veias que correm como eu.. Como eu corria, como eu gritava e sorria.

Reconheces saudade? de algo que não tem que ser com a mesma pessoa.. saudades de sentir, ouvir e fazer sentir. Sem jogos ou complicações para alem da troca de olhares e pequenos sorrisos, inocente e pura felicidade partilhada em campos ou em rampas. Que seja areia na praia, águas corridas e passadas, deixa ser que eu não o deixei de ser. Não te deixei alguma vez ver o inverno glaciar aonde me enfiei, guardei a nossa.. minha primavera numa caixa para não a estragar. Quadros que os pendures que eu guardo a caixa.. Arrumando todos este emaranhado e laços e lenços, com e em caixas nesta minha habitação. Vou alargando-a sempre que te vejo, porque também vou crescendo e tudo o que irei viver vai precisar de muito espaço.

Mas para hoje o espaço é para poder recordar e sorrir, nem que por momentos. Preciso..