domingo, 31 de março de 2013

Vejo-me, incapaz de te fazer algo contra esta secreta contemplação. Derradeira batalha contra o coração, uma racionalização em prol do bem que não consegues me dar. Não saberás ao certo o quanto o teu apoio fez-me limpar as lágrimas e fazer voltar a acreditar que há algo em mim possa valer.. p'ra quê todo este esforço de um levantar deste ego caído? o que vale o brilho nos meus olhos quando do seu canto correm lágrimas . Sabes, todos este nós revolta-me. Faz-me ver o valor que não tenho, um respirar inglório.. Vejo-te ainda ai e eu devia de aceitar o que me dizes.. mas sabes eu estou farto de não poder gritar, abanar ninguém  fazer ver mais para além.. Ninguém fica, porque é que ficas? Sei que hás de ler isto um dia e se ainda for a tempo gostava que me entendesses quando digo que não te quero longe, quero-te perto, perto o suficiente para te poder proteger contra as as duvidas e os medos, receios mil que tens pegado e atirado à parede e sabes, não estás sozinha nesta caverna, não quero apenas ser o ajudado.. quero ajudar também sem que fujas e tenhas medo de tudo que há para lá.. porque lembraste-me que eu sou como me conheces e toda esta transparência é real.. Não te vás, eu cometi o erro de me apaixonar por ti e sem ti toda esta realidade torna-se monocromática, sem sabor, sem harmonias invisíveis..

Vejo-te um pouco em todo o lado e vejo-me incapaz de te esquecer.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Tenho na garganta mil palavras presas que não podem sair com ninguém.. não iriam compreender, explique com as mil maneiras de escrever ou tecer, vomitar notas em pautas não é o suficiente para mostrar que guerras se travam em mim. Toda estas cordas dão nós e cá fora anseio por apenas um carinho para conseguir acalmar.. sabes, eu estou pior do que aparento. Podia estar a divagar horas em maravilhas mil de pássaros ou crianças a sorrirem, e explodir como uma piñata de alegria.. podia também recordar maravilhas e alegrias passadas mas tudo este mundo parece-me tão pequeno e eu não consigo acreditar que os pássaros iram cantar para mim se algum dia alguém vai cantar para eu me acalmar. Estou farto de ser este grande bicho azarado..
Estou farto de que me vejam sem me verem, que me falem por alto sem ouvir de baixo. Como é que não vêm através deste grande vidro que sou, um livro aberto nas paginas essenciais e qualquer um pode ler, como é que não me lêem? será apenas um caso de iliteracia mental ou apenas eu que venha escrito numa linguagem estranha? Sufoca-me estes Qs, são apenas simplicidades minhas que complicam os outros, mas como... queria que visses o que te quero, não um mar de rosas pois elas picam. Queria-te na sala, no dia a dia não fantasiado porque muita imaginação já nós a temos, queria que na sala houvessem animais e um sofá gigante.. podemos esquecer os animais ou o sofá.. porque no fundo, eu só queria ser pequeno no teu colo, só isso.

domingo, 24 de março de 2013

Trespassa-me a consciência toda esta incerteza, perturba-me e consome-me a alegria como com fortes certezas que não me queres.. estabeleceste isso em mim e recordas-me sempre. Sabes, eu sou estúpido eu deixar o meu coração comandar o navio que é este corpo porque todo ele se desfaz ao vez que tu viras para longe sempre que tento chegar.. Não sei se é tarde ou se é cedo, não sei absolutamente nada, estou no meio deste mar perdido a atirar pedras e a gritar por todos os meus poros esta dor, voluptuosa e majestosa dor que cresce como uma erva daninha a alimentar-se do leito que é este rio de incertezas, doces duvidas de aonde se alimentam.. vejo-te, ao logo a partir para outras costas mais seguras.. e quando decido fechas os olhos e virar-me para dentro, tu, estendes-me a mão.. porquê? 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Hoje não me consigo complicar, estou a tua frente contigo a sorrir para mim como se nada fosse e por dentro eu grito, choro em cataratas que não vês e não te apercebes.. Sabes de certo modo é bom, saber que não vês o quanto tens crescido em mim, porque alguém como eu não te faria bem..
E tu sabes bem disso, porque por dentro eu estou feito em destroços de castelinhos, vidros aonde me sento sem conseguir sentir mais dor. Não quero que algo que não está bem esteja contigo, porque.. porque não sou só eu a preocupar-me com o que eu preciso.. já chega disso, devia te soltar e deixar-te  voar sem este peso.
Mas em mim tudo treme por poder simplesmente perder uma hora com as lágrimas a correrem no teu colo, silêncio pelas feridas que quero curar, porque queria estar bem, e ser bem mais como sempre te disse..
sabes, tens razão, eu aponto para as estrelas quando apenas mereço o fundo deste mar.

Queria que ouvisse toda esta revolução que aqui vai..

quinta-feira, 7 de março de 2013

Desfazem-se na eternidade incompreendida que são estes dias, a esperança. Li por mim o que me reflectes e doí mais ver que passas o que passei. Isto torna-se um labirinto em mim que qualquer volta dá para a mágoa regressar e por mais que evito pensar mais a minha cabeça se enche de torpidos pensamentos..
Todas estas paredes se erguem e as vezes tento cortar por entre as tuas magoas, mas como tantos outros não passo de um anão perdido no labirinto que criei, como sendo desculpa para tentar me afastar do "tu".
Sabes o quão difícil se torna não te olhar com um olhar terno e meigo de quem quer proteger e cuidar?
Estarei sempre longe de ser o que alguém precisa, eu sei.. mas não sei deste eu há anos, talvez seja por te querer bem.. mas certo é o que sinto e que não me desfaço disso, porque os dias passam e aos poucos vejo-te com outra luz.. é pena ser apenas mais uma sombra.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Hoje apercebi-me de toda a dimensão de todo este ardor flamejante, todos estes anos passaram e toda esta dor não acalma..
Sei que só uma ou outra pessoa sabe do que vou descrever, mas é aonde estou.
Passaram-se vários anos mas esta viagem nunca acabou, o coração permanece a sangrar e todos os tons que saem das colunas repetem-se num eterno balançar como se tratasse de um baloiço por cima de um lago de memorias, lago cheio por todo este rio de magoas que saem de mim. Sabes-me pelo choro silencioso na viagem do passado até ao aqui, todo este ardor faz a minha pele morrer, e tudo o que parece terminar rapidamente se torna num chover incansável.. Sabes, não posso ouvir aquela melodia desde esse dia porque ele cantou-me ao ouvido toda a minha dor e revejo-a sempre que assim me sinto.

Quando a viagem acabou lembro-me do alivio que senti após todo este sufoco.. o problema é que já não estou nesse carro e toda a dor volta ao cair em mim.. e toda a luz que parecia dar esperança de algo bom, apaga-se..

Não sou uma luz, preciso de uma, porque por dentro sou pequeno e tenho medo do escuro.