domingo, 30 de dezembro de 2012

Inglória a vontade de desistir e virar tudo para trás, um recuar da força e um enfraquecer do que se é.. nada resta em mim, nem uma réstia de esperança numa sorte imaginada. Sabes que é difícil me manter positivo porque a terra arrefece-me os pés e nada é tão certo como a negação e o virar das sortes para um lixo.. não somos mais que um na multidão e ninguém nos olha nem nos procura com o aperto no coração. As pessoas passam, correm e bocejam com a entediante passagem do tempo, a insignificância que passa pelos olhos de quem me vê..
Soubeste um dia a minha impavida reacção a toda comoção na minha teia, o coração quase que parava com palavras que não dizias e mesmo vendo negaste qualquer interesse.. Passei por ti como uma borboleta a morrer no ultimo suspiro e como qualquer passo é certo, tu deixaste-me morrer. Quão parvo o meu coração em derreter por quem não se deu de si.. erramos, fechamos paginas e voltamos-nos para o mundo para querer ver.. para além de ti.. Advéns como vontade de entrar no glaciar foco que se entranha em mim e como as ultimas cartas foram jogadas e todas as cordas atiradas nada mais irei fazer se deixar que me geles e me tragas o vazio, toda a imensidão intocável que farei em mim, se não apenas um castelo para o meu coração.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Desatinos mentais em poças de merda alguma enchem-me os segundos com todo aquele amor e carinho usado para me enterrar em terras de ninguém, um isolar total como se deixar-me na ilha e levar só o corpo. Nada do justo para dar de contas comigo, só contigo porque o negocio era me render ao impensável e tu simplesmente metes a mão e levas um bocado e em mim me marcas como o gado como se fosse parte do teu território..

Não estou nem nunca estive à venda.. como é que me deixei acorrentar algum dia? sabes que o mal sempre foi nunca teres domado o coração mas pior ainda é saber que este é impossível de ser domado por mim..

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sabes, de avessas queria virar a sorte toda e poder ver-te no final do túnel com os braços abertos para me agarrar e acalmar tudo este pequeno eu que por vezes se perde em mil ondas de pensares deste tão gigante mundo.. só é pena não se ver avessamente o tempo que tende em alongar estes meus problemas..

Hoje só queria te dizer que pareces-me bem.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Podem passar dias e neblinas mas as noites nunca mudam o olhar de as vê nuas de tão cheias de memorias. A impaciência de criar novas memorias e vesti-las de mil pormenores não atormenta a lua e enche-me de pensamentos bem enraizados nesta névoa escura que vem com o amanhecer.. Sabes bem que estou farto de todo este azar e mais ainda de todo este silencio dos desamores que só servem para me sangrarem o calor que ainda aqui resta.. Posso ter saudades de mil e uma actividades que me enchiam os olhos de areia e me afastavam de todos os problemas, que são se não meus. Engraçado como o tempo passa e pouca coisa muda, sabes lua, eu gosto imenso que me imponhas todo este negativismos e gozes comigo em dar luzes de esperança aonde não existe absolutamente nada simplesmente pelo gozo de me ver a sofrer por algo que nunca chegou a ser.. Sabes que sou uma grande criança que nutre esperanças, raras e parece que me queres ver ainda mais longe e distante de um sorriso. Não hás de reinar em meus sonhos nem na vida que não te pertence.. hei de lutar por um sorriso, há de chegar a hora quer queiras quer não. Até lá regresso à neblina dos desencontros e desamores efémeros como ela mesma..

domingo, 16 de dezembro de 2012

A insignificância da nossa existência e dos nossos problemas as vezes caiem em mim, pergunto-me como nos deixamos cair num ciclo sem a magia do sentir nem do viver.. tudo reside na terra e nas respostas fáceis, tudo sem sabor, sem um sentir do vento nem da chuva ou das chamas que por vezes advêm de dentro, nós ou outros que simplesmente se cruzam no nosso caminho. Tudo só se complica nas mentes que deixam esvoaçar os contractos com a sanidade. Continuo por achar que não há nada mais agradável que um sonhar acordado, um desenrolar de imagens que voam e fazem sentir o vento, pode cortar com o frio mas me faz corar e descabidamente sonhar, sorrir. Um gostar de sentir a chuva na cara e o frio nos ossos, passar horas à procura da lua sem nunca desfazer todas as estrelas.. Aonde fica casa? Aonde para o meu colo..

Talvez um dia te encontre por ai, num cruzamento qualquer que a vida decida..

sábado, 15 de dezembro de 2012

Esvazia as entranhas e encharca-te em corpos imundos inundados em tão pouco mais do que álcool. Esquece a essência e limpa as lágrimas, corre que o dia não se faz cedo e não deixes te eludir por falsas premissas de seres neste baile de mascaras que é a vida. Engole o orgulho e rebola na areia, revê-te na chuva que te alegra e te vez dançar valsas e tangos sozinho, não esqueças quem te criou nem quem te magoou, perdoa o imperdoável e aprende com todas as pedras e pedaços. Não és mais que uma criatura que viver num redopiar de emoções que tão puras e inocentes permanecem ao longo de todos estes anos, sempre recompuseste e nunca tiveste medo de arriscar, mostraste-te e mostras-te a quem não sabes e não olhas a caras para julgares quem te julga. Passaste metade de ti a perder-te e a reconstruir todos estes pedacinhos que constantemente se partem, a cola que usas não te gela e por muitas camadas que tenhas transpareces pelos poros que invadem a tua pele. Sabes que não há meio de te cortar este pequeno eu que enlouquece com paixões ardentes, apenas em ti e não efémeras, fazes do relógio um escravo das tuas palavras e atrofias o calendário  Não és bonito em nenhuma superfície e cospes tudo o que sentes em confusas linhas que andam inquietas para causar danos em ti mesmo sem saber que mais que apenas palavras são sempre o teu olhar, o teu sentir o teu vomitar de tantos anos acumulados em tão poucos.

Fazes-me escrever, correr, acreditar e todos os dias as esperanças morrem ao ver que tudo isto não passa de uma ilusão criada apenas por mim.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Contentamento, o aceitar da condição de não ser mais do que apenas mais um num universo de tanta mais diversidade. Dava-me de todo em pedaços por um espelho que não me mostrasse, algo que não fugisse.
Sabes, eu devia me calar e deixar tudo isto em paz.. o silencio que enchia este quarto, sentido e sofrido por um pedaço de distancia. A mesma que os meus olhos vão carregando e afastando tudo em ser redor, um descontentamento interno que emerge por seu poros e deixa todo tão turvo, não negro.

Contento-me com o des-saber tão mais certo que esta certeza que carrego.
Com poucas luzes de qualquer tipo de esperança não vejo um abrandar do meu coração, pode a chuva cair e o dia encharcar-me de negativas impressões, duvidas e "comichões", todas aquelas coisas que de inertes não têm nada.. O saber do meu ser todos os dias debate-se contra mim, uma constante revolta contra o que passou e o que deixa de passar. Explosões de impaciência que deixam um mar de calmia e de contentamento, como pequenas guerras comigo próprio por querer renegar sentimentos ou apenas querer aterrar.. Sabes que sonho o dia todo e deixo que a noite me torture com mil pensamentos, um silencio perturbador que reina dentro de mim, apenas umas horas que são quebradas por qualquer tipo de esperança de ver que não morreste..
Inquieto permaneço em ver que tu, coração,  ainda tens uma réstia de vida que é mais que o suficiente para me cegar e deixar sem qualquer capacidade de reacção.. não gosto.

Não gosto que me paralises, não gosto escolhas de olhos fechados e me deixes aqui num contorcionismos emocional para ter próprio prazer.. porque é que descongelaste..

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A chuva cai e eu não consigo dormir.. passo horas a perguntar-me pela razão desta falta de sono. Sei que se me visses sabia perfeitamente o que se passava e rias-te comigo! Os anos passam por todos nós, crescer é inevitável mas o ser mantém-se o mesmo.. o correr pelas rampas e o levantar-te num rodopiar insano mantém se como doce recordação, saudade bem vinda nem que seja para falar.. não te peço um café porque eu agora beberia 2 ou 3 e a tua garrafa de água com gás não iria aguentar o meu tagarelar! Eras a minha melhor parte, resta-me a mim esta parte não tão brilhante.. 

Não deixei de sonhar e mantive o meu coração aberto. Sabes que apunhalaram-no vezes e vezes sem conta, mas ele resiste ainda em esperanças apenas carinho, nisso não mudo..

Não passo de um pinguim carente por festinhas, ridículo não é?

Não fosse eu teimoso e persistente até tu blog já te tinha silenciado.. Parecia difícil compreender-me por entre tanta magoa, amarguras que me cegavam e inseguranças mafiosas que partiam os espelhos. Coisas que com o tempo não me tocam, pensava até que tinha gelado o coração..
Mas.. encontrei-o ao sol a cantarolar bebendo de uma falsa esperança? não sei..

Sei apenas que não te sei, nem sei se sabes saber de mim.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Em ébrias noites passadas parecia tão simples gelar todo o meu ser e cortar toda esta impaciência, nada parecia tão simples como uns momentos de silencio para desligar-me das pessoas. O frio que sentia fazia-se sentir, saia pelo quarto e não deixa que todo este aparato se evaporasse. Poucas foram as pessoas que viram estes icebergue a derreter. Embora o sol lá fora queimasse, toda esta névoa tornava tudo tão mais seguro.. ninguém era o sol.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ressoas na minha cabeça como se de um grande e majestoso eco fosses, deixo que cantes e me faças esquecer todos estes pedaços de escrita que não são mais que se não pequenos pedaços de mim. Poucas magoas vivem fora deste campo e nem todas consigo dissolver no ar.. Sei que tudo o que passei não me torna "melhor" nem mais "acompanhado", leio-me.. Vejo pequenos pedaços de mim como se retratados por outro que escreve cartas a quem já partiu ou nunca chegou a ficar, e por muito que um homem tente aguentar a criança insegura e inocente, ela continua sem se ir.

Há pedaços de nós que não morrem, é bom manter a criança viva e saber como a direccionar.. A minha reside no coração, nem os seus ataques me vão fazer desistir de mim.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Espelho, sempre me atraiçoaste e no fim mostraste-me sempre o que vês.. nada mais que um pequeno trapo rejeitado até pelo lixo.. sim sim, podem passar horas a dizer o que interessa e o que parece bem, tudo aquilo que sei e que tento ver sempre.. "só não vês o que não está lá.." tão simples..

Um olhar pode matar nos por dentro e outro nos trazer das maiores das alegrias, o animo pode ir e vir todos os dias enquanto a magoa permanece escondida a raspar o interior até ao mais ínfimo detalhe, esculpindo apenas o que lacrimeja e o que permanece inconstante, crava as incertezas e provoca a cedência do sorriso. Podemos lutar todos os dias com a magoa de se perder, ou de nos perdermos, mas não se consegue combater a magoa do mal amado ou das insanas incertezas. Sei que já tive mais longe de estar louco mas toda esta sanidade e frontalidade terrena mata tudo o que ainda resta de mim..

Parti espelhos e fechei os sentidos a quem não me quer bem, tinha tempo para ter um camada de gelo glaciar capaz de magoar quem quisesse se aproximar, podia ter o meu nariz nas nuvens e o ego no espaço.. podia também não ter medos nem duvidas porque tudo se resume ao sim ou sopas, o confronto com o que simplesmente é ou não é.. podia ser tanto terra à terra.

Não sou.. o meu mar é o céu e todos estes peixes que voam tornam-me tão normal e tão calmo..


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Hajam mil fases de lua escondidas durante o dia que me possa explicar todos este esburacado caminho! Fazem-se distancias de importância irrelevante e tudo parece ter data para ocorrer.. inglória a hora que tive a brilhante ideia de te perguntar quando é vais falar com o belo do tempestuoso karma!
Nunca passaram tantas horas sem estar completamente livre de mil e uma perguntas que saltam de trás de tudo o que mexa ou que esteja parado simplesmente.. Não ajuda em nenhum ponto ter que ver ai parada no alto a rires-te disto tudo.. ainda fazes de mim o maluco a rir as gargalhadas a olhar para ti... Sei que complico e complexo o simples porque sou assim e porque assim a vida ganha um pouco mais de piada e o sofrer é sempre prazeroso quando recompensado com o que tanto lutamos para ter!

MAS, PORRA, O É QUE SE PASSA?!?!?

Sei que ando a mil e que não devia ter tanta pressa na vida, mas não tenho a culpa do meu coração ser um bicho simplesmente estranho e muito faço para que ele não coma por dentro! mas em todo este tempo que passa não compreendo porque tanto desamor, ou simplesmente infortúnio fortuito do karma! Não arrasto nem magoas nem arrependimentos, limpei-me por dentro e esforço-me para que tudo volte ao eu e sem qualquer entrave deixo-me ser apenas eu em todas as situações. Sei que devo de passar por doente ou maluco muitas vezes, nunca importei-me nem vai ser agora que vai acontecer! Posso estar longe de perfeito e muito mais longe de algo de "interesse", não é por isso que tudo que cair em cima de mim!

O karma pega no injusto e devolve o justo, pode demorar o seu tempo mas há de retribuir!

sábado, 1 de dezembro de 2012

Insuficiente começa a tornar-se a minha capacidade de reter todo estes danos em mim. As palavras já não saem nem conseguem se dissolver.. A traqueia bloqueia e por muito que limpe os olhos não vão parar de lacrimejar.. O frio gela-me as mãos e trazem memorias em fios que cortam, para mostrar todos erros que não se reparar por si nem com todo o meu ser.. Podia fazer de conta que que tudo em mim está bem e feliz e que já encontrei um colo ou uma luz na noite que me guie ou simplesmente umas mãos quentes que me dessem um único carinho.. Sei-me e sei as linhas do destino que não dissolve, não se corrompe e todos os anos relembra-me que não posso fazer mais do que já faço.. mas também me relembram que não sou o suficiente para mudar as linhas e aguentar com o peso de todos estes passos que dou..
Já tentei falar, aclarar o pensamento e animar-me.. não há muito mais que possa fazer se não recolher todo o que resta de mim e montar-me de volta, nunca como estava pois nada volta a ser o mesmo depois de ser destruído..

Vejo a vida a passar por mim e os querubins estão zangados comigo, fomos feitos para procurar e lutar.. eu não fui feito para achar mais que a magoa, não parei de procurar nem de abrir as portas.. o cupido fechou-as hoje e atirou a chave para o meio do tejo.. talvez um dia a vá procurar.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Há, e haverá, como parte do meu incompleto ser, falhas. Buracos tapados por largas camadas de crescimentos, cheios de tanta coisa que não dá para simplesmente falar, desabafar ou aliviar.. é parte de mim toda esta camada de impenetrável silencio, não se trata de uma marcara para esconder os problemas. Mais houvesse mais partia.. e podia eu partir daqui ficando apenas este peso carnal, mas as memorias e todo este vazio aparente em momento algum irá ter cura..

Cresci assim, mudo de mim para o mundo, porque o mundo não precisa de conhecer o que resta de toda a devastação..

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Torpe é a certeza que não te sou de grande complexidade ou simplesmente de qualquer tipo de raio de claridade que possas achar interessante muito menos cativante.. De pouco me servem as pequenas certezas que tenho de sou mais um em mil bardos que te fazem as cantatas nocturnas, horas a fio por um pequeno sorriso de aceitação se verem para alem do que te mostras.

Sei que também não conheço o suficiente para te desfolhar como um livro, mas não tão torpe é a certeza que há muito mais para alem desses meigos e expressivos olhos, não fosse a tua cara se esconder nas sardas e em todo o mau humor que fico por presenciar.. é pena não ser um bom bardo, nem conhecer mil cantatas nem muito menos me vestir de jogos e truques porque eu sou apenas eu.. um louco efêmere como fui, sou e sempre serei.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vestes a pele do cego que se atira de braços abertos na esperança que sejas apanhado por algum anjo caído do céu.. quem estou a enganar, não há pele que vista que me disfarce todos os mil defeitos e desencantos que sou. Não há muito que me possa fazer, sou incurável e intemporal-mente louco e adoro esta adrenalina que provem de um continuo-o sofrimento que só a mim me afecta.. Sei que os anos passam mas não me impede de não querer crescer nem aprender, não quero deixar de sentir esta dor que me enche as veias e me deixa rabugento, impaciente e impávido com toda desta realidade..
Faz com que todas estas dualidades subam e me façam perder a cabeça.. 

Ahh doce sanidade aonde foste parar..

Sabes, há mil eus a correrem cá dentro, uns atira-se contra as paredes e outros contra o chão e outros cantam alegremente.. podia continuar a descrever this nut house durante horas e nunca conseguir contar-te tudo. Posso parecer dar demasiado de mim, mas a casca deste fruto não é fina ..

Deixa-me cair pra te ver e crescer de novo, em outro solo, outro sol que não este e renascer para voltar a ver-te até me cegar, voltando a ver um dia, quando me apanhares..

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Perder em tempo ou em que intempéries pouco importa, hoje todo o teu céu cinzento cobre este meu pequeno mundo e nem o chá quente me aquece.. passo horas neste fernezim que é a minha cabeça, horas atrás de horas a correr por todos os cantos, cansando a minha visão já turva de cansaço..

Vejo-me em diálogos mortos em horas mortas.. e deixo-me dominar pela musica que me faz tropeçar em degraus tapados e fazes-me escapar pelos dedos pequenos embaraços de ingénua ternura.. tropeço em mim mesmo..

A cama chama-me bem alto.. ainda está longe de vir o sono.

Sabes-te, conheces-te e A a Z e continuas a negar toda a saudade que sentes, fazes-te de homem crescido para quê? estou farto disto..
Hoje vou me deixar cair mil vezes que seja, tropeçar em mim e não negar que agora tudo o que queria era apenas um colo que me desse carinho e fizesse finalmente sossegar todo este meu mundo..
Nutrem-se ilusões, teias de brilhantes arquitecturas e de dissuasoras felicidades.. acreditem-se velhos e calejados mas nada lhe escapa.. Continuo, ainda que, eternamente esperando pelo calor das setas..
Horas e horas passam em torpes sonhos que desacreditam-me, enchem-te deste visco que é a ilusão e destroem me o rasgo de luz, o sorriso que teima em nunca ficar..  como as folhas de outono que caiem e as nuvens que cobrem o sol tudo volta.. e em intempéries que em mim reinam, nada mais que mantos de memorias que sufocam o pequeno ser que em inquebrável vontade permanece de pé à chuva.

Sabes, durante todos estes anos vi os comboios passar e o mar a engolir a terra.. vi-me a crescer como um icebergue que derrete por pouco.. Nunca me fiz querer que as verdades eram aceitáveis e acreditei sempre que posso sempre tentar.. disparar uma flecha e esperar que acerte. Antes fosse tão fácil..
Ridículo como me revejo numa personagem que incansavelmente procura o amor e acaba sempre só sem grande jeito para isto que é viver..

Nutro ilusões, caio em teias sempre que esperança brilha, mesmo que em vão eu sou assim..

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vejo-me por fim cheio desta inerte vontade de chorar. Por fim irradio esta desajeita felicidade e junto-me a este sol de outono que me aquece este sorriso que tão estupidamente se expressa ao te ler..

Sabes, muito gosto destas sonoridades melancólicas e bebo com elas ao meu entristecer.. Mas aparentemente o universo tinha que me fazer cair de cara, para amortecer a tua queda em mim. Logo agora que me tinha levantado e sorrido para o mundo de quão livre e leve estava! Finalmente todos os meus poros , controlados e livres de descontrolos, mas não.. tinhas que me provocar um estúpido sorriso incontrolável  que me deixa que nem um miúdo tímido, corado e embaraçado.. há quem lhe chame querubim mas para mim esse demónio faz-me ferver o sangue.. olha para mim lá estou eu outra vez a divagar e a sorrir em incontrolável loucura só por te imaginar..

you know what?

Hoje solto o sorriso e estou longe de me preocupar se o volto a controlar..

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Indica-me o caminho para lá, estou farto de seguir esta estrada sem fim nem buracos. Eu quero ver o mar e o fim do dia, ser intoxicado pela maresia..
Invadiste o meu caminho como arbustos e pinheiros, densos e ébrios. Fazes-me zigzaguiar por entre todas estas memorias e pedras, não deixando espaço para escapar. Recordo-me de toda esta fantasia e de todo este emaranhado de fios e pedras.. Recordas-me de toda a tua figura passada sobre as estrelas e enterrada bem dentro de mim, como de algo demasiado cravado.. Eras a minha floresta interminável. O caminho que o lobo que fugia por ser demasiado "fácil"..  As tempestades outr'ora navegadas eram bem mais suportáveis que este vil e interminável labirinto de pequenas coisas, e eu tão minúsculo.
Entorno-me em todo o álcool que nunca mirras-te, deixo-te mirrares-me na esperança que todas as maleitas do mesmo me fizessem ficar, quando o tempo de partir chegou.

A noite cai, e a lua revela-se novamente.. Pego neste livro e com o virar da pagina na mais resta como se não um monte de prédios e barulhos, familiares. Pego em ti e na chave, o dia acabou e a estrada não se faz sozinha.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Sur le fil

Lacrimejo, névoa de dor que cobre os campos e me faz desaparecer. Aqui não há o mar para me colher nem a lua para me ler, apenas esta névoa densa, cheia de dores e desculpas, discussões e perdões mil, densa como as lágrimas que correm sem sinais de acalmia, mesma que ao longe o mar não a partilha.
Saber-te em perdões e em lágrimas derramadas não me despega de arrependimentos nem de dores passadas.

Sei, estou à beira do declínio, sabes-te? então resolve-me.
Estrada, desfolho-te e detesto-te por não te desprenderes de todas as pequenas memorias. Sabem a corpos mortos, nefasta a sensação de rancor. Um pequeno ódio que não se complementa a nada mais que toda a informação que se arranca do vento..

És o ventre da minha insaciável cede de esquartejar o mar. Derrubar torres e gritar a pessoas!
Sabes que me apetece derrubar-te e prender-te ao fundo do mar.. deixar-te sentir todo o peso do mundo, fazer-te reveres o que é sentir como me sinto..
Não, não consigo falar nem gritar.. nem chorar! Todo este meu ser se contorce em espirais inversas e avessas ao meu ser.

Queimo-te, deixo-te arder e vejo-me a enlouquecer nas cinzas que desejava que houvessem.. 

Infama, neurótica obsessão por este sofrer, um entrelaçar de tudo aquilo que construí e destruí com o tempo. Sabes-te bem, e rejubilas com cada gota de todo o meu ser verte.. Deixo.
Tudo aquilo que se perde transforma-se, mais uma vez, em magoa e em pequenos pingos de dor que rancorizo ao teu espelho. Deixo-me entrar, afundo-me em caóticos mundos e distorço um pouco a realidade até me ver minimamente sorridente, para te alimentar de dor. Da mesma que me dou a beber.

Grito até não ter voz, deixo o mar para trás e volto à estrada que tão cheia de buracos ainda está..

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Decomposto e limpo o asco daquelas horas onde a imensidão de sentimentos misturados com o meu estado ébrio, reestruturo todas as paredes desta sala. Estuque reposto e pintado..
Passaram-se longas e duras horas sem um pingo de descernidade para me olhar de novo, aqueles medos de enlouquecer o meu lado eloquente domaram o que restava no meio desta longa ressaca . Não de líquidos capazes de inebriar de consciência, mas sim de sentimentos, de mimos..

Sei que não sou um monstro nem um bicho intocável  Tenho me retido e controlado, fizeram-me assim e moldam-me com o tempo para um arrebentar violento que adio com todos estes bocados de qualquer coisa que aqui ponho.. Desfaço-me em pequenas gotas e entorno-as sobre as folhas, recoloco-me sobre a forma da mesma tinta que corre de vez em quando. Sangue das minhas veias que correm como eu.. Como eu corria, como eu gritava e sorria.

Reconheces saudade? de algo que não tem que ser com a mesma pessoa.. saudades de sentir, ouvir e fazer sentir. Sem jogos ou complicações para alem da troca de olhares e pequenos sorrisos, inocente e pura felicidade partilhada em campos ou em rampas. Que seja areia na praia, águas corridas e passadas, deixa ser que eu não o deixei de ser. Não te deixei alguma vez ver o inverno glaciar aonde me enfiei, guardei a nossa.. minha primavera numa caixa para não a estragar. Quadros que os pendures que eu guardo a caixa.. Arrumando todos este emaranhado e laços e lenços, com e em caixas nesta minha habitação. Vou alargando-a sempre que te vejo, porque também vou crescendo e tudo o que irei viver vai precisar de muito espaço.

Mas para hoje o espaço é para poder recordar e sorrir, nem que por momentos. Preciso..

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Deixei-te desvanecer em todo o fumo, esventrei os meus sentimentos e deixei que mergulhasses em mim.. Não há nada que não saiba a ti, e nada que se assemelhe a mim.. O meu peito há muito que não doía.

Hoje não te acordei, hibernei em mim próprio e deixei que a enfermidade tomasse conta do meu corpo. Os meu olhos que não te querem ver deviam-se da realidade, enlaçam-se com as musicas que os meus ouvidos pedem.. maturação de congelar, um descer da temperatura do coração e um crescer dos ramos da razão. Embora tudo pareça desfeito nada é mais meu que se não esta dor que não deixo morrer, alimento-te sem estares comigo. Desconheces todo o contacto feito, nem desconfias que esta enferma criatura se está curar contigo.

Tento desfazer-me das horas, que se tornam em minutos. Desprendem-me das vontades e estranham-me em tão calma pose. Retraio-me, só mais uma vez antes de sair do ninho.
Hoje o dia acaba cedo, não quero ver mais dele.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mentes e tendes em me desmentir em reflexos que a lua renegou, falas-me como se fosses mais eu que eu e queres me roubar o que sou.. Sabes que em mim não tens meio de te impor mas sabes também que deixo que me corrompas e me deixes em baixo porque sabes que te dou razão.

Não tens mãos, mas nas mesmas tens o pouco que resta. Tens todo o calor e tudo o que te aquece e usas-te como razão para deixar que eu mesmo não a ter. Torturas-me e encharcas-me a vida para te dar a razão que por vezes não tens, sabes bem que não me dou bem com toda essa chantagem emocional que deténs em teu conhecimento não fosses tu um excerto de mim..

Sabes, falo-te as vezes para não te ouvir e ela sabe, muitas vezes estes monólogos mantêm-me aqui, longe da lua, agrafado ao chão. Algo que preciso, se não tu e ela deixam-me a bater mal, a deixar de fazer qualquer especie de nexo, sabes que a tua conversa roça no absurdo da esperança, como faca de serrilha em cordas finas, as mesmas que não são feitas para sustentar esperanças, essas mesmas que enterrei.

De passos a braçadas, faço-me longe de ti. Tento te congelar e permanecer sóbrio sem qualquer ligação.. Mergulho na noite, ensanguento de cinzento o ar que me rodeia e projecto-te neste meu mar de fumo.. o vento sopra-te e eu volto a encher o ar e tudo se segue num ciclo durante horas. Só quando o sol me vira as costas é que eu deixo que o coração me corrompa e te dá caminho para voltares ao meu pensamento..
Passo do gelo ao infernal e abrasador silêncio lacrimejante que por dentro causas.

Amordaço-me a cama e deixo as lagrimas correrem e hoje deixei-me tocar por ti.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Diz.. Estou a espera que interrompas o silêncio. Não mordo, nem te irei silenciar, não vês o meu curto sorriso? Estou em paz para comigo, não tenho ânsias nem esperanças de coisas que não me foram prometidas!

Falar-te-ia horas a fio, como de antes ou como num futuro que aparenta fugir do meu pensamento, tivemos e temos linguá e saliva para gastar, porque há tanta coisa que ficou por  falar porque as conversas nunca tinham um fim certo e regressavam nem que fossem horas ou dias, nunca caíram no esquecimento alheio e nunca desvaneceram perante futilidades. Palavras agora mudas.

Diz-me.. devo falar contigo? deixo-te passar na rua?
Fala-me.. corta o silencio com o punhal e faz a sua essência nos banhar como uma chuva torrencial.
Fala-me, com os olhos, desprende-te de qualquer tipo de problema e fala-me, de ti, de outros, de mim e do tempo..

Podia-te morder, gritar-te e mergulhar-te mas mesmo assim não largas as chaves. Trancaste-te dentro de ti e acusas os outros de terem mudado.. não te vês?

Quero que fales sem a espada em punho, quero que tenhas calma e que não procures ataques aonde eles não existem.. Nunca falei contigo de espada em punho, ou de arco na mão.. 
Quero falar não quero guerrear contigo.


Diz.. estarei eu a espera em vão? será que algum dia me vais olhar sem teres em tu um extra cuidado com as minhas palavras? Conheces-me?

Eu não mordo, nunca mordi, não te irei morder..
Mas o silêncio? esse sim morde.

domingo, 16 de setembro de 2012

Intransigente as matinais maleitas subsequentes da noite passada, o corpo reage em defesa. Como se de uma doença se trata-se. Já a minha inquieta mente aparentemente adormeceu as duas dores a começou a aceitar os seus quês, finalmente deita-se em mantos de razão, finalmente a dar-me paz nesta manhã tão azoada!
Costumo-me perguntar que mecanismos é preciso de accionar para me repor, mas de todos este é sem duvida o mais difícil de todos.. Rego-me em paciência e em inglórios rimos de acção. Deixo as horas passar sem me escapar um único detalhe dos dias passados.. Sorrio e agradeço pela saudade, valeu a pena toda a tortura mental e todo o contorcionismo irracional.
Valeu, como valeu a noite de ontem!

Tudo tem um preço de equilíbrio, aceito-o, barafusto-me, irrito-me, mas aceito-o..

E finalmente fecho mais uma pagina,
Estou preparado para falar!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Vai para lá do clarear e nem as incontáveis horas de imparcialidade parecem fazer jus ao que no passado faziam. As mesmas que me embebedavam são agora as mesmas que de nada servem, como se fosse impossível de me desligar desta ligação há muito cortada..
Não se foi a idade, nem os anos deste desligar consciente.
Sabia-me, bem, sabia-me até aos recantos mais obscuros só não sabia as minhas limitações, as mesmas que continuo sem saber, simplesmente junto o que resta de mim ao que não sei..
Sabia que fazia passar as dores com metade do tempo que já passou e fosse com esta farra era um terço do tempo. Não sei se me compliquei se me destruí..
Vejo-te a ti, Diogo, e sinto-te, não é só o espelho que me reflecte, sou também eu a sentir as mudanças!
O regelar do coração, a maturação do ser, a consciencialização da acção prodiga, o endurecer do escudo e do corpo..

Não compreendo que neste inverno glacial ainda resista esta dor, esta magoa, esta culpa este tormento.. é tão não de mim, como? eu pergunto, COMO?
Ninguem te disse que podias ficar, alojares-te em mim!
Revoltas-me, repugnas-me e entristesses-me.. repodias-me e mesmo assim não sais de dentro de mim.
Sentado em gélida noite de infernal insensibilidade recubro-me com os mantos de consciência.
Vejo-me em anos perdidos pela descernidade de seguir o caminho fácil que é o dos nectárs de baco, anestesiantes de uma tenra realidade.
Vejo-me com as horas que passam com o doçe da melodia da companhia que aos poucos se desvaneasse.
Desligo-me e sinto a bela desarmonia de um ambíguo passado..

"escrito numa porta qualquer em lisboa.."

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Redescubro a dor como meio de me ver mais, partilho com a noite as minhas inquietidudes, devaneios e dores não tão doentias. Aprendi a reconhecer que me falas e que não te tenho ouvido, agradeces ao fim de uma noite em claro e deixas-me descansar. Sei-te, sei-me mas não me és..
Fui por mim mais e para me corrigir, deixei os anos tratarem da minha pele e encarreguei-me de aprender com todas as dores, das pequenas até as sufocantes, aprendi e partilhei tudo contigo! Sei que as vezes fazes vista grossa para não me ver mas ouves-me sempre, lês-me nas entrelinhas e avisas-me, não te retrais em crueldade e enches as ruas de nevoeiro.. Deixas-me feliz no meio da densidade dos teus problemas, encontras-me sempre aonde me queres e eu aonde te quero, nunca dependeste de mim nem eu de ti!
És livre como o vento que me ensanguenta a cara, sempre foste e sempre me deixaste ser.. nunca foste consciência que presta-se mas sempre deste o braço para mergulhar num rio de culpas e magoas, obrigando-me sempre a renascer, limpar-me é sempre o pior.. Sabes que me sabes e sabes que já deixei de baixar os braços e tudo se torna uma luta, um erguer dos braços que com o tempo não pesam reclamam apenas descanso..
Tens razão, nunca tive em mim toda a força necessária para fazer quem mais quero ficar, nem nunca terei a força para lhes mudar a vida.. vou aprendendo contigo mas hoje..

Hoje descanso os meus braços e aconchego-me a memorias..

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Entre desencontros e dualidades a minha mente aterra agora para assistir a mais um esquartejar do meu coração.. 

Estava longe o dia que pudesse perder o controlo dos meus sentimentos, nem no fundo tinha acontecido. Tinha-te dado pouca importância, agora vens e estragas tudo por me veres feliz.. porque tens que ser tão a negação da minha felicidade? qual o problema comigo?

Fecho-te e tranco-te longe para nunca mais me questionares, coisas que fizeste já mais terão perdão.. não te cabe a ti comandares-me de volta, não pertenço a 2005, há muito que mudei e há muito que sei que não te sou! Deixei-te por mim sem ti, bem comigo mesmo e finalmente livre para aprender a viver! Porque é que voltaste? mas sabes? já vais voltar, nunca mais! poderei chorar e esbracejar mas não voltas a estragar o que tinha..

Largo-te agora e vou me viram para quem devia de me ler, pois não é para falar comigo que passo as minhas horas a escrever! Não sei se algum dia vais ler isto mas..

Entre a inúmeras horas que nos descortinam e entrelaçam jazem as quais nos separam e nos criam saudade ofegante por apenas um abraço, de tão pouco se faz tanto e tudo de grandioso se torna magistral como o desabruxar de uma flor de maracujá. Sei que não somos duas peças do mesmo puzzle e que eu deixei-me corromper por mim, deixando-te assim mal por minha causa. Perdoaria tudo por ti, em pouco tempo estraguei o desenho que se componha, és a orquídea na tela, e eu apenas um borram que um dia poderia ser alguém.. Deu-se o infortúnio da minha sanidade me escapar, culpabilizando-me, nunca o suficiente.. nunca é o suficiente, pedir perdão pós belum trata-se de algo impossível e revelar-te o que sinto não se torna mais que um pensamento quase que intocável.. sinto que essa impossibilidade quer saltar por todos os poros, mais para alem das lágrimas e palavras torpes que escrevo. Estou triste, comigo por ti, comigo sem ti.. sente-se o peso da perda prematura enquanto o meu coração ao longe se apaga tudo o que resta de ti atormenta-me a noite com magoa e saudade de algo que me fiz perder. Não te odeio pela frieza, odeio-me por te ter magoado e te ter perdido... As horas passam e vão passar até...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Desenlaço-me em horas e muros que o sol queima todos os dias, cresço mais um pouco com a lentidão da humanidade. Nunca querendo olhar em seus céus recato-me à minhas raízes, aonde a inquietidam se espalha com o silencio. Ébria mansão de desilusões e tremores inprecurridos e incumpridos, prisioneiros de mim em salva guarda da mesma. Anos corpulentos passados a expandir este meu grande tumultuo para em rasgos momentos fugir dele e vislumbrar o que pr'álem do sol coabita, aonde me termino, aonde guardo a luz que passou por mim.

Retraio-me ao renascer e estender-me todos os dias, entre duvidas e castigos meu tronco se enche de memoráveis marcas que não minhas, de se guardar mas que todos possam ver o passa e passará por mim! Sem grandes divindades ou feitos colossais simples gestos que honram e fazem crescer.

Sabes o que sou?
Ás vidas que me interrogo que sou, nunca me consegui realmente ver ao ponto de sabes porque em mim deixo viver tanto e tão separadamente as coisas. Sei apenas que incuto-me a missão de não ser simples mas não deixar que o meu inferno se abra.
Balanço-me diariamente e tento me ausentar das visões omnipresentes, e regresso as raizes aonde só me queima o que sei que queima, as memorias vividas e enterradas saiem para me relembrar, como chicotadas, o porque de permanecer aqui. Sem saber quem sou apenas sabendo que não posso deixar de ser.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Reparar, restaurar, recuperar, reintegrar..
Teias que abraço por mim, reavendo todo o tempo perdido. Sabes que perdi, muito ou tão pouco quanto o tempo que me ausento. Assustado com tudo. Entrelaço-me com pensamentos, negativismos necessários a este meu processo de ver as coisas. Pergunto-me se te assusto, se te meto medo ou se me meto medo.
Questiono-me se estás bem ou se vais simplesmente desabar perante mim. A tua raiz consome-me de tal modo que nem me mexo quando te apresentas em pensamentos meus. Entrelaças-te nas fissuras da minha fundação e destróis-me com o simples silencio, como um prédio cede ao tempo, eu cedo ante ti, diante minhas duvidas de ti. São um exercito que não consigo por na reserva, um batalhão que não consigo comandar até ti.

Recupero, restauro-me, reparo-me, desintegro-me..
Em breves momentos tudo acalma e a dor amaina, a lua permanece no alto e o vento para e no entanto só te ouço. Uma e outra voz, memorias, dês-memorias e dês-concertos causados por uma nuvem, em forma de ti. Tudo tu sem todo eu em mim. Enlouqueço a noite, que de raios de sol se enche. Deito-me e acordo contigo na minha cabeça, sem poder chegar até ti. Regras? não sei, simplesmente não sei..

Sei que me dóis.

Recomponho-me e deito-me, refazendo-me de ti.
És-me, como sou-te.
A não esquecer isto, nunca.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Heis que surge, após tanto tempo de enterro neste jardim de inverno, um baú de memorias.

Posso ser directo e explicar que ao longo dos anos o processo de cura sempre se baseou numa constante auto-flagelação de memorias, as poucas que tenho e que guardo como ouro. Tudo em seu redor tem imenso valor e nada me deixa mais feliz do que conseguir ver que as lágrimas correm-me pelo sorriso ao ver tudo! De gestos de carinho a insanidade em publico.

Uma litrosa vazia e guitarras na rua, ou apenas só com o universo. Imensas de muita gente que poderia ficar aqui horas a agradecer pela passagem na minha vida, mas não hoje..

Hoje sinto-me melancolicamente feliz e por feliz digo que não choro nem me esmurro em silencio mas sim digo que agrada-me ver que o que escrevo se torna tão mais simples de ler hoje. Não é todos os dias que consigo pegar em tudo o que sou e meter linhas de mim aqui. Notou-se pela minha ausência.

Prescrevo-me então assim por não querer fugir de ti, mesmo por magoa me acobardar um pouco. Queria ter a coragem para poder te ouvir, sei que tens para me dizer milhões de coisas, ou simplesmente 5 palavras mas sinto que tens e isso incomoda-me.. gostar gostava de te poder abraçar e sentir o teu respirar só por um pouco, mas sei que não vai ajudar nem facilitar todo este meu fraco ser.

Tenho corrido, fugido e saído, acompanhadissimo. Nunca faltaram.. a solidão, magoa e saudade, três que combinam tão bem com um copo ou outro. Sabe-se lá como não transpareço mais a guerra que me está a destroçar. Mas por outro lado interrogo-me constantemente se serei só eu..

Sei que estraguei as coisas, e sabes que estou a falar contigo, mas sabes que te quero perto? que te quero de volta no meu colo?

Não sabes o quanto eu cresci nestes anos nem eu sei o que é feito de ti. Resumos não me satisfazem e nem nunca a ti! Teríamos horas e horas de conversa, o que é feito dela? o que é feito de nós? e o que é feito de ti?

Nem calculo, apenas posso dizer que hoje vou abrir o baú e olhar para ti.

domingo, 12 de agosto de 2012

Entre conforto e caos, nada para quebrar o silencioso murmurar do vento. A noite vai longa e as luzes trespassam-me os olhos enterrando-me a perspectiva de uma confortável escuridão. 
 
Falo-te..
Horas sem resposta, sem sequer o eco das minhas palavras.. ouço-te a respirar e sinto-te sem te tocar.
Deixo-te deixares-me sem qualquer apego, apenas um sorriso de conforto por quebrar o que me resta.. e pergunto-me como tudo se repete no silencio, na ausência de ruído. Uma e outra vez, o tempo para com a dor momentânea que não sai.

Olho-te, admiro-te mãe gaia, como não pestanejas ao sentir teu leito ser destruído. Reage, revolta-te e faz com que a fúria caia em mim, liberta-me deste tormento e enche-me com tempo findos de dor que carregas. Há anos que te imploro e tu me trazes até ti, para me mostrar acalmia, ausência de sofrimento que meu pequeno latejante não compartilha!
Sufocas-me com essa tua falta de desafogo..

Afasto-me, ausento-me, mesmo que presente fujo daqui.. por momentos deixo-me consumir pela dor para poder acordar no caótico conforto do meu quarto, meramente para tudo recomeçar.

Falar-te-ei dias afio, será que algum dia irás me ouvir?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Faltas-me, nem em tempo algum notas-te.. sais-te de mim como quem já não tem nada a tratar em mim. Confundes-te e eludes-te com pequenos olhares, de cima, para cima de álcool? de uma fuga momentânea de alegria? não te compreendo.
Acho-te pouco eloquente nas tuas decisões.. deixas-me agora com esta falta de tudo..
Ao menos levaste contigo a o eterno inverno que pairava sobre nós! 
 Sol que pouco durou.

Tu lembraste de gelares os meus pés e cortares-me a alegria toda?
Sabes, culpo-te por meus erros.. foste-te embora, mas deixaste-te aqui, para relembrar-me que estou vivo..

Sabes que eras a culpa das minhas idas ao telhado, e do sentar na janela.. tudo para observar a imensidão do universo.. Também te lembras de pairar pelas ruas, ou ir mais cedo para estar sozinho com a natureza, respirar o mar e sentir as ondas sem dores.

Mudamos em tão poucos anos, em pedra e cal nos tornamos.. por isso agradeço teres-me acordado para ver para onde íamos. Tu voltas, não tens outra casa e juntos temos tudo em volta para sentir, podemos outra vez sentir o desprender deste corpo, a paz absoluta ou ir chorar neste mar que é o nosso. Só nós..

A pena é não seres real..

segunda-feira, 12 de março de 2012

Odeio-me a olhar para trás.
Não para o passado mas sim para a estrada toda..

Não me salta nada de novo, nem um desvio, nada passa de recto e com poucas luzes. Essas que intermitentes vão me cantando nickelback às 4, 5, 6 da manhã. É uma sensação indefinida de inconformidade para comigo, ou talvez um enjoo de isto tudo. Tudo o que sei é que não posso seguir em sentido reverso e o que passou passou!

Parece-me tão impossível, tão efémera a esperança de chegar a alcançar o caracol. Aquele que permanece indiferente com o avançar do tempo, o meu companheiro de viagem..

Não me reconheço.

Sempre esbracejei e contorci até voltar ao 'normal'.
Não consigo-me mexer, atacam-me e amarram-me aos inúmeros postes que vejo todos os indignos dias! Como se a cassete presa estive finalmente a torturar-me repetindo o passado uma e outra vez..

Com o senhor Nat King Cole canta..

"Quero chorar,
não tenho lágrimas
Que me rolem nas faces
Pra me socorrer" - Não tenho Lágrimas.


Será?..

Hoje, quebro a rotina de me silenciar aqui..