segunda-feira, 22 de abril de 2013

nº 100

A 14 de julho de 2008 pus termo a outra parcela de desabafos e recriei-me, falei, chorei, sorri e em muito momentos de angustia pessoal foste tu que acartaste com todas as palavras que de mim escorriam..
Passaram-se momentos de feliz silencio aqui, mas não há magoa que não retorne e como a chuva que é certa no inverno recorrente. De mim muitas foram as noites que passei a chorar por quem inconscientemente não via, porque eu não sou maior do que um nós e infelizmente não sou o que procuras. Tu e tantas outras rebolam-se em grande mantos de "eu" e não se apercebem do que para alem.. e, como qualquer outro, eu, fui redescobrindo a solidam de todo este quarto aonde permaneço, anos a fio..
Guarda memorias de há muito, retoca o saber da amargura e ensinou-me a sobreviver aos abismos que explorava. Não me fez perder a esperança de encontrar a luz que vejo por trás dos olhos de cada um..

Só não aprendi a ser frio, a racionalizar o gostar..  talvez um dia, daqui a mais 100 posts irei ter uma visão diferente, porque não espero ser feliz, eu quero ser feliz.

sábado, 20 de abril de 2013

Descabida é a noção de toda desta dor, incapacita a compreensão da fraqueza humana e supera toda a vontade de sorrir.. Porque entre magoas e esperanças vejo o meu coração a entorpecer  mingar pelas escolhas de outros. Não há nada que possa fazer porque todo o heroísmo romanceado dos filmes não tem repercussão na vida real, pois o romance não passa de desculpas falaciadas para uma acertividade de um domínio frio e sem sentir.. Tal como a racionalização do gostar, um grande embuste para um caminha sem sabor. Soubesses tu o que a lua diz e todo este mundo podia ser diferente..
Odeio esta visão que não a minha, tão pálida e moribunda, como um deserto cheio de necrofagos a espera da queda de alguém para um impiedoso ataque carnal para apenas um descarte dos ossos, como se todo o nosso ser não merecesse o cortejo imperial mutuo, como os antigos entre olhares e flores, a cantatas e corridas pela floresta. Sabes que a mãe nos dá a mão, dá-nos todo este vasto manto de beleza que teimam em destruir, desacreditar e com punhais assassinam os românticos pois não há espaço para quem sente na pele toda a fragilidade do mundo..
Gostava de conhecer alguém que em coerente mente se desse abertamente a um romancear pacifico, que por entre as silvas florisse e me cativasse  sem falsos pertences, porque sabe-se que não estarei longe de perder a minha ultima pétala..

Só não queria que viesses quando nada mais restasse se não o monstro em que me transformaste.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ecoam as cordas que toco e em sigilo guardo um pouco da dor nestes acordes que com o correr das lágrimas se deixam levar por este silencio, veio de ti a alastrou-se por esta sala a fora. Recordo que todo este azar não me larga e seriamente vejo que as minhas palavras não passam de verdades que ninguém as aceita, nem eu queria aceitar as verdades que se desprendem da minha língua. Medos reais, tanto como este vazio e este silencio que tento quebrar, mesmo sozinho. Toco horas a fio para o publico que não existe, um salão de memorias, as mesmas que me apontam o dedo e fazem com que a negritude deste silencio cubra-me o corpo. Não sei mais do que as lágrimas que escorrem longe do sorriso e da energia que emano..

Sabes, eu tento todos os dias não chorar. Encho-me de distracções, corro as horas  longe do silencio e de toda esta tormenta.. Todos estes nãos, toda esta realidade, toda esta sorte deixa-me sem força. Não consigo lutar mais por ninguém, não consigo que vejas o que não queres ver.. 

Todo este redopio confunde-me, baralha-me, mas não faz com que as lágrimas parem de correr, e talvez um dia, sim um dia hei de ficar bem.. talvez um dia, não hoje.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Fortuito o momento em que vejo que tudo o que parece se desmorona a meus pés, não mais que há horas que me inteirei de toda esta maleita de que sofro. Sei da sua existência há meses e bastou-me uma pequeníssima conversa para me perceber que de iludido passei a "entendido".. Não cabem em folhas nenhumas o que vi de ti e o que me fez a mim, passaram-se meses e tudo isto ressalta a meus olhos, desde o momento em que pensava não ser ao momento te vi.. Não me fazes mal nem te quero fazer mal, tenho apenas o azar de não ser o teu sol quando há muito que és a minha lua.. vejo-me então perdido em caminhos que não sei, dores que não quero passar e ausências que frustram o meu ser.. sabes, não és menos do que pensar nem muito mais do que imaginava, mas és mais que o suficiente para te ver nas estrelas que me guiam a estrada.. sabes que é horrível te ver em caras que não a tua.. tudo acontece por uma razão e não nutrimos sentimentos por quem não nos é nada..
Sabes eu não te queria confrontar e mostrar-te o que penso porque eu sou frio e mau e não tenho pena da verdade, sei também como sentir que há mais por baixo das palavras.. também sei quando estou simplesmente louco. Mas sabes, fi-lo, com todas as lágrimas que não viste mas fi-lo porque precisava de saber, só queria saber o que estava ai dentro sem um não glaciar.. apenas um pingo de esperança.. mas sabes, tu descongelaste o meu coração e não descongelas o teu, porque não queres que seja eu o sol do teu dia, simplesmente escolheste o sol de outra pessoa, mais que eu, e só tenho que aceitar as decisões de quem não quer voltar a amar..

Empatia por alguém não nasce nas árvores, carinho não é o fruto na árvore alheia e o coração precisa de respirar.. talvez o meu tenha estado demasiado tempo exposto, pode ser que desta gele de vez.