segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vai uma palavra? ou uma lágrima? como esta que cai como muitas outras que se seguem ao tal sorriso doentio que me resta agora enquanto enlouqueço no gélido correr da noite.. bobo da dor que elevo ao altar da morte, a mesma que me consola com a ausência do ser, a ausência do sentir.. a ausência de mim, o eu que me perdi e não quero encontrar, aquilo que odeio por não ser o suficiente, aquilo que culpo por toda a minha dor e é aquele que vosses dizem ser tão mais que sou agora, dizem ser eu ali mas o que vejo é uma banal pele que odeio só de ver o sorriso de inocente e feliz palhaço que foi usado e deitado ao lixo como de um pedaço de papel inútil, mais um rabisco que nem sequer te lembras o nome.. qual ser humano que aqui jaz? não precisam de saber quem é e o porque de estar aqui no meio da estrada como mais um pombo nojento a fazer de alcatrão, é apenas mais um palhaço, egoísta que quer acabar com a dor que sente, acabar com o que já está acabado, não é assim?

para quê..
não iria resultar, não por ti, não por não ser o suficiente..

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Revejo-me em folhas de papel, brancas, vazias como o ser que dentro de mim jaz. Nada mais pertence a mim, não sei quem sou e odeias-me por não me ser..
Dentro desta terra tão desumana nem o vento espreita e o mar é um vasto e parado manto de dor que mexe apenas quando meu corpo se afunda por instantes em rios de lágrimas, as poucas coisas que fazem sentir que seja, talvez, real..