sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Horas passam e escorrem pelas janelas ou dedos que tocam e dedilham a guitarra na ânsia de acalmar todos os sinais de delírio que me gelam a espinha que é percorrida por relâmpagos em todos os pequenos momentos que a visão falha e as letras do livro fogem para pintar em mim tudo o que menos quero pensar, estarei a exagerar?
Não sei me rever neste imenso campo onde parece querer me acorrentar ao feitiço que amolece o meu olhar em cada gesto teu.. e olhares que derretem o pouco de firmeza que me resta, como o chocolate que derrete, o que como para, em mais uma tentativa, acalmar os nervos que me toma, tornam-me outra vez um miúdo inseguro que finalmente tinha metido na caixa, mas a sensação de voar com um toque ou palavra por tão pouco imaginar uma perfeição.. Doentio? não sonhador, mantenho-me e manter-me-ei..
Silencio, não o ouves? Hoje não chove, é bom ver que este horrível lacrimejo parou, obrigado!

domingo, 26 de outubro de 2008

Encontros e desencontros de mente em voltas e rodopios dados ao longo das largas passadas que inconstantes previam o crescente bater dentro de mim, incertezas em compassos que se entrelaçaram num inesperado e fortemente acentuado momento onde bailam a mesmo tempo, almas suavemente avermelhadas com sorrisos envergonhados que se aproximam com o crescendo da sonata, sonata que aos altos e baixos se aproximou a um fim ternurento, confusa a perfeição da embalada marca que em tempo passamos só com os olhos, esses que tão silenciosamente floram sentimentos cintilantes, tão cintilantes quanto as estrelas que invulgarmente encheram a noite contra a vontade urbana, magistral sinfonia silenciada com simples toque..
Enterrando medos e desenterrando receios, tempo a seu tempo pois não serei dono do gesto teu que espero com amanhecer, marcou o fim de uma primeira e esperançosamente não a ultima das danças desajeitadas que não dançamos, criamos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Palavras mil escorrem por mim numa incansável ansiá de chegar a ti, as ruas parecem escorregar por debaixo dos meus pés e em rostos desconhecidos ilusões enchem-me o sorriso com aquele olhar que recordo desde aquele dia.. Não preciso de explicar nem ninguém compreenderia o que é sentir a timidez a vir ao de cima apoiada de um meigo olhar e um sorriso corado, não preciso de razões para sonhar por isso finalmente abro as asas e voo até ao inalcancalvel aonde energicamente esculpo as frágeis nuvens com teu rosto, frágil e inocente quanto o teu sorriso que revejo pela memoria!
Os medos consomem-me de uma forma insana por não saber, as duvidas que alimentam os medos que anseio não serem confirmados no dia tão ansiado..

"À muito que não te via assim meu pequenino, cresceste até agora e sempre deixaste sauadade que aos poucos mato a teu lado, mas hoje vejo-te tão, tão feliz, lembras o correr para o roxo e as brincadeiras com a agua acorrentados, estás vivo outra vez! Quem é?" - Questiona relembrado tudo em pequenas palavras.

"Sonho a penas em poder descançar com um enorme sorriso em mim, gostovos como sempre gostei nunca irei abdicar dessas memorias e espero um dia poder as rever a vosso lado mas atélá um anjo que apareceu encheu-me o sorriso com simples palavras e olhares, sensações que já sentia saudades e que recordo com medo.. espero que o medo não seja verdade.." - Sentidamente o diz em seu colo.

"Não olhes meu pequenino, sonha, sonha e não tenhas medo eu estou aqui.." - Fazendo festinhas em seu cabelo o sussura aonde levemente adormeçe.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Desfolha agora mais uma pagina insana entre tantas outras que ditas mas ninguém escreve..
Gritas e refilas contra paredes mocas, surdas por vontade própria..
Não és incompreensível..

Acordas num labirinto que se move deixando-te sem maneira de andar, mostram-te esperanças e negam seus actos.. tiram prazer em ver tão pálido rosto, vivacidade e o pouco do sorriso que restava é queimado e baleado com cada passo que dou..
"São só palavras..", pois as mesmas que não compreendeste nem quiseste compreender e que te magoaram, tanto que a sede de vingança tornou todo o tempo e tentativas inúteis, ficam cegos para ter uma razão..

ARGHH insana monotonia de queixumes tão reais como as verdades que pregam ser mentiras!
Não me deixam ser, impedem-me de expressar como só eu o fazia!
Tentam me por numa gaiola, tentam-me corrigir, ensinar quando não vê que não sou eu que estou mal aqui!

Será tão difícil se ler o que se sente? será que é difícil entender o que digo com clareza?
parece que não querem ver o que estou a passar..

o que é?!

Sente-se cá fora a imensa tempestade que em mim se dá, trovões como palavrões cortam elos e abrem os portões da dor que tenho mantido trancados por tanto tempo.. Um por um caiem e deixam me desamparado nos braços de um medo tão antigo. Velha solidão que enlouquece e enfraquece músculo a músculo. Olhos tristes, olhar preocupado, atormentado.. quando tudo parecia em pé se manter, tudo vem e doentiamente dizem que está mal e no chão cospem-no como pastilha gasta.. Não posso ser o que vosses esperam.. qual problema de cempreenção, é apenas uma desacreditação do ser, o mesmo que sou..
Doi..

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bate-te hoje mais uma vez contra a incompreensão do ser, mas sem nenhum resultado..
umas quantas semanas a mostrar aquilo que não querem ver, dizem que vejo tudo mal, como se o erro fosse unicamente meu..
Ainda vejo como todos, olhos continuam sensíveis e lacrimosos pelo mais pequeno pormenor, mas pelo que se vê ser sensível é um mal maior..
Vejam, vislumbrem as belezas de um mundo de seres vazios, frios a espera que uma moeda lhes entre para terem uma razão para se moveram, um mundo de bonecos que se deixam ser mandados mostrando que é tudo a brincar, como um pátio enorme para a pré primaria brincar, uma pré primaria grande e oca sem sonhos e a preto e branco..
não não vejo o mundo como vocês, ainda bem não quero fazer parte do pulmão negro e enfadonho que se está a tornar esta sociedade..
tentei com que acordasses e visses que valia a pena sonhar e voar, mas como as demais preferiste só olhar para ti e seguir..

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mais de um mês passa desde que te escrevi, muito passou, sim em silencio.
neste momento resta uma ansiá que desconheço, um misto amargo que me enche docemente o sorriso, momentâneo esse mesmo que ninguém o responde, estranham e rejeitam como banal acto..
Há muito passou o tempo em que a felicidade era uma banalidade corrente que partilhava tão alegremente com alguém, esse que evaporou, escorregou pelos dedos.. De dor a ardor que resta no peito cada vez que aos olhos vêm lá no alto a magistral lua que recorda o sangrar de todos aqueles pequenos momentos que permanecem cravados cá dentro..
Será que não entendes que estou só sem conseguir me levantar?
Não me culpes de não lutar mas tudo o que resta de todo o tempo que lutei é este infernal lacrimejo que me atormenta e afasta a luz.. desistem de mim, como nunca antes e mereço estes nãos..
Em todas as linhas que esbocei foram apagadas e criticadas quando era apenas saudade, apenas saudade..

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Permanecem inertes estes dias ausentes onde deixo meu ser em suspenso, nem um som produz este pensamento, apenas hoje manifesta se lembrar que é apenas mais um dia longo e doloroso como todos os que se seguem..
Após a guerra verbal a poeira assenta e nada mais que um silencio penoso e um olhar choroso, ferido, só como quem permanece aqui sentado a deambular pelas letras que se juntam formando uma teia de escrita que carrega o penso das lágrimas que fluem como um rio que enche os papeis com as marcas da magoa que se funde a varias e aumenta com o cair do dia..
Com o raiar da lua a noite torna-se o ponto onde a beleza converge com o mais dolorosa das memorias..
"não estás para me acalmar, não estás para mim..", recorda a noite, vezes e vezes sem conta sangrando o coração que faz o corpo desfalecer em fraqueza a mesma que me leva ao mergulhar nos lençóis, um cair desamparado para um sonho que acalma a dor, por momento que parece real.. mas ao emergir para a realidade só pede um colo onde a tremer e a chorar até ser acalmado.
Medo que possuo por me ditar tão horrivelmente bem..
A mão pedia nunca chegou, apenas a esperança jaz destruída ao lado da minha mão estendida no chão onde permaneço inerte como estes dias..

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Inverno de lágrimas que em gélidos campos torna delicada magoa em esbelta a queda das mesmas.. Cristais puros de inundam tudo ao chegarem ao chão, derretem e tingem a primavera de violento vermelho que contrasta com a palidez do sorriso que desfaleceu ao partir do som.
Palidez doentia é aquela que toda a aura carrega com os dias que pensam como oceanos, os mesmo onde flutua o corpo inerte e apático.. Levanta-se por obrigação ao chegar à praia de um verão infernal que parecia carregar uma esperança que queimara a palidez, a mesma que parecia ter seus dias contados, afogando-se em flamejantes esperanças que não passaram de ilusões, alimentando assim um vazio crescente que instalou-se com a volta da pálida personificação de alguém que outr'ora era dono do sorriso que partiu..

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vai uma palavra? ou uma lágrima? como esta que cai como muitas outras que se seguem ao tal sorriso doentio que me resta agora enquanto enlouqueço no gélido correr da noite.. bobo da dor que elevo ao altar da morte, a mesma que me consola com a ausência do ser, a ausência do sentir.. a ausência de mim, o eu que me perdi e não quero encontrar, aquilo que odeio por não ser o suficiente, aquilo que culpo por toda a minha dor e é aquele que vosses dizem ser tão mais que sou agora, dizem ser eu ali mas o que vejo é uma banal pele que odeio só de ver o sorriso de inocente e feliz palhaço que foi usado e deitado ao lixo como de um pedaço de papel inútil, mais um rabisco que nem sequer te lembras o nome.. qual ser humano que aqui jaz? não precisam de saber quem é e o porque de estar aqui no meio da estrada como mais um pombo nojento a fazer de alcatrão, é apenas mais um palhaço, egoísta que quer acabar com a dor que sente, acabar com o que já está acabado, não é assim?

para quê..
não iria resultar, não por ti, não por não ser o suficiente..

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Revejo-me em folhas de papel, brancas, vazias como o ser que dentro de mim jaz. Nada mais pertence a mim, não sei quem sou e odeias-me por não me ser..
Dentro desta terra tão desumana nem o vento espreita e o mar é um vasto e parado manto de dor que mexe apenas quando meu corpo se afunda por instantes em rios de lágrimas, as poucas coisas que fazem sentir que seja, talvez, real..