terça-feira, 27 de abril de 2010

Ode ao outr'ora que fora em vão, que fica agora partindo todos em dias perdidos no chão que embora gélido me conforta o rio que verto em magoas despidas de presente, quem encontro ser meu chão, passado.
mas que se abre na dor sentida das costa Pesa-me em sentir o desvaire de uma sensaboria de desgostos com a leveza do punhal que deixaste, mentira não físicadesconhecidas, mesmas banhadas pelo dissabor ondulante da partida em ode ao outr'ora!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Deixa-te de ti mesmo, farto de ambíguas brigas entre tu e tu. Espelho que retorço e desfaço em brilhante gesto de repulsa, rejeição. Eu, eu e eu dentro de uma sala falando como tu, eu e ele. Uniformes, sólidos, incompatíveis.
Medo, segredo, degredo de almas que pairam todas de mim em mim. Corrige-me a fatalidade de descrença mas mais o passo fazer, de tudo o que construo destruo como as ruínas que deixam em sua passagem. Casa, doce casa *sufocante suspiro*
Vive-se no entulho de mim, na ruína de ti, no que resta de mim.. luto e bato-me por apenas mais uma inutilidade.
Eu.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Encontras-me agora no meio do meu deserto, cego e seco de mim. Silencio perturbador, nem a arma que me acompanhou hoje perturbou. Não ouviste, não ouvi, ninguém ouviu.. porque não disparou. Morri de mim mesmo, em mim mesmo.
Vejo-me mas não a vejo, não estou contra ela mas ela não ao meu encontro. Ando e ando e não a encontro e faço de mim um tonto por julgar estar morto. Nunca me prestei a estes momentos de inconstante consciência do meu despreocupado ser, são apenas coisas de mim para mim que nunca tive o cuidado de ver, ver detalhadamente o que rapidamente cresce em mim sem veres, as escuras da mesmas consciência que tão levemente tomei e elevei ao bem conhecido da dor. Paro, lacrimejo o chão que enlameou comigo.

Limpou-me e agora vejo que o caminho de volta a mim, ganhas-me e vejo, finalmente, a luz que não é para mim!

terça-feira, 16 de março de 2010

Dançam sentimentos em meus olhos, de cores e trajes distintos. Mas o verde não existe, morreu a muito, está estendido sem corpo que o faça dançar, apenas dançam os de cores marcadas, marcadas de dor, ódio e inveja que me acorrentam neste fato. Insuportável fardo este. Nem querendo consigo libertar-me destas linhas, teias de as aranhas que dançam, que nem com o calor das laminas se desfazem. São feitas do mesmo calor, o dantesco inferno do ódio do olhar de dentro que friamente é cortado ao tocar a realidade, esta gélida como a incessante amargura do ser, o mesmo frio que secou as lágrimas e as deixou num fino pó que enche o deserto que distancia-me do suave toque que é um carinho humano.


Hoje dançam e eu estou sem pés mas com mãos para cobrir a cara de vergonha do que me tornei.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Estatico, ensurdecedor. Tremulas mãos sem forças. Olho, mas não vejo nada. Tudo enevoado mas nem sinal do meu amigo lacrimejo para me confortar, apenas um sufocante ruído de tudo a acontecer, nada em mim, apenas pessoas a viverem, vejo-as mas não as vejo, transparecem-me, trespassam-me sem darem conta que chove, mas não apaga as brasas onde ando desprotegido, ficando-me para trás. Enterrado nos joelhos das mãos destruo o que me resta do feliz registo que era-me algures.

Tenta não te deixares, sem te apagares. Revê-te no espelho que partiste e refunde-o em gelo que brota de ti, revê-te criador pois está na hora de mudar.

terça-feira, 9 de março de 2010

Ódio, repulsa, voltei a ser gelo. Camadas de desilusão acumuladas sem sinal de derreterem, porque não derrete o meu coração, não tem força a minha mão e só dizer sei dizer não.
Em mim queima esta agonia de sub-zeros, insuportável dor que me levou outra vez como se leva fosse o estar, pesar. Como é difícil respirar nesta atmosfera de repulsa.


Mea culpa, mas sou apenas eu que não ouvem.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Tremer consciente..

Como que um vaipe numa urge da falsa calmia criada pela musica, olho em volta e como que um trovão pelas costas desceu e me deixou tremendo como se estivesse ocorrendo um sismo, mas o único sismo é o acelar do meu coração em exponencial aceleração, tento-me a acalmar mas não consigo, não consigo me controlar. Não consigo me controlar, que frustração, que absurda sensação de incapacidade perante.. perante ti.

Fui por instantes catapultado para a minha adolescencia e coro com pouco, gaguejo e fico atrapalhado sem saber o que fazer.. normal? não em nenhuma circunstancia, mas está na ordem dos dias de ultimamente.. Como? pergunto-me incessantemente sem conseguir responder, sou apenas um miúdo sem conseguir te enfrentar, a ti.

Simplesmente ânsias de quem não te consegue conhecer com medo da rejeição..

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Vai na volta..

Embora tudo em minha volta continue na mesma, em movimento, eu parece que tirei o dia para me perder na minha caixinha de memorias..
Acordei espontâneamente desapontado com o facto das minha palavras serem só palavras em vão, consegui sair da cama, mesmo assim, com um pequeno sorriso por não me doer a cabeça.
Meds primeiro e vaguear depois, parecia ter corrido horas neste pequeno recanto até encontrar o que me fez parar. Um texto, um desabafo que como um filme correu pela minha cabeça e escorreu pelos olhos, foi como se me visse ao espelho em diferentes situações, mas tudo de certa maneira lá, doeu, como doei a todos que sentem. Parei para comentar e limpar as lágrimas que me tinham corrido a cara. Não foi mais que um perssaguiu para um longo dia de nostálgicas recordações. Tentei não me deixar em baixo e almocei com sobremesa de simpsons e family guy.. tudo de volta a normalidade. Umas horas depois dei comigo rever musicas e tempos bem passados ao lado de tanta gente que quase esquecia o porquê de tanta palavra atirada para aqui. Nada faz muito sentido, é apenas um desabafo, mas eu preciso de desabafar!

Estou farto de me sentir acorrentado a ti e a todos os meus males, farto de levar chapadas desnecessárias num momento frágil como este. Sim porque sou como todos os outros, tenho os meus momentos e agora não estou bem! Não preciso de icebergs ou natas no café para me dizerem que tudo vai ficar bem! NÃO, não vai assim, eu preciso de mim, preciso de tudo normal não preciso de um tornado dentro de um tufão que é o meu dia a dia! Quão difícil é ver que faço-me e refaço-me como um louco comendo os seus fantasmas. Preciso do chão frio e dos rios ao adormecer, do chá das 4 da manhã e das dores de cabeça! Das horas perdidas agarradas à guitarra e de um "Acorda diogo" ao meio dia! Preciso do chão para acordar e dizer para mim "isto não sou eu" e herger-me novamente, meter os pés no chão e saltar as escadas, correr para abraços, sorrir sem senão, tocar e cantar em grupo sem pesar as letras, conversar sem pensar nem me preocupar no que poderia sair, beber e brindar sem ser pra esquecer..

Preciso de mim, Preciso de ti, não preciso de esquecer, apenas preciso de viver sem me fazer sofrer..