domingo, 27 de janeiro de 2013

As horas parecem-me sempre vagas e dou por mim a divagar por entre pó que vagueia pelo ar. Os dias passam na calmia de toda a dor que passou e pequenos sorrisos vão aparecendo por entre as gargalhadas que se soltam ao ver as palhaçadas de pessoas que não me cativam.
Deixo os dias passar, revendo-me em horas tão mortas quanto as borboletas que caíram no esquecimento e nada mais me transtorna, sendo sempre bom saber que a dor foi compreendida e acolhida no meu leito que não queres entender. Sou assim, serei assim, não mudo nem guardo para mim as dores quando estou em austero ambiente de solidão, como não me mascaro de bobo feliz em enchentes festas de enibriantes e sorrisos nocturnos..
Já não te quero, pra mim, não és tudo aquilo que procuro, e sabe bem este meu silencio. Refaz-me sempre em marés de obras em pedra.. e em todo o meu eu me levanto e acarinho estas maldita cidade, porque mais em casa não me sinto e é pena não poder partilhar isso como ninguém, mas também ninguém nunca teve a força que tenho para aguentar os outros, e eu não vou aguentar ninguém que não me aguente..

As horas continuam brancas, esvaziam-se entre fumos e ruídos ou apenas silêncios que se enchem de chuva, as mesma de que não fujo e me deixo ficar sentindo apenas que sou real..

Queria que ficasses, me ouvisses, me acarinhasses, mas partir foi a escolha mais fácil.. não quero que voltes quando tudo estiver bem, não mereces o melhor de mim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Desenterras-me aos poucos e reconheces estas incuráveis feridas da pele, sabes-me e apoquentas-te por me ver. Sempre negaste toda a minha existência e refereste-te a mim como o defeito que há em ti.. Não podes em tempo algum eliminar tudo o que sou pois faço parte do que és, sem mim não te conheces e não aprendes a lidar com todo este rebuliço que é o silencio do teu quarto. Passamos anos de tormentos juntos e em tempo algum te deixei cego ao que se passava e mesmo assim fechaste-me em cavernas que só dás luz quando alguém parece realmente merecer ver o teu outro lado.. mas sabes, bem, como sempre soubeste que ninguém me devia ver. Sou o quasimodo da tua existência e não podes mesmo libertar-me porque ao contrario do desenho eu sou real e incompreensivel ao toque. Porquê tanto espanto e sofrimento por alguém que não te conquistou? perdeste o toque?

Soubeste sempre ver e dizer que não é tarde, mas é demasiado cedo para nos irmos.. sabes que a chamada nunca foi desligada e todos os dias faço por ignorá-la por ti...

Eu sei que não me queres falar e não queres me ver, desculpa se nasci em ti.. as escuras me meteste e as escuras fico porque ao menos lá sei que não me querem mal.




Conversas de mim para mim..

domingo, 20 de janeiro de 2013

Sou-me em larga escala como uma cidade ou prédio que tem restrições. Vêem-me?
Não, sou demasiados para ser apenas um, como tal um corpo tem que chegar para todos.. assim sendo torno-me num prédio de vários andares que quanto mais alto mais desconhecido é.. já alguma vez te deste a pensar porque é que não me conheces bem?

Sou apenas eu em mim próprio deixando os outros fora, qual a magia de estar aberto para qualquer um ver? quando não me entendem?

Salvo em mim tudo o que sou, não fui feito para agradar a todos, nem todos têm a coragem para se enfrentar a si próprios para me compreenderem. Não vou matar nada do que sou por alguém que não me é eterna.. e todos os meus eus sonham em campos que metem medo a cada um que me lê, porque a dor é mais suportável se não for fundo e é mais fácil não sofrer e viver num mundo insatisfatorio do que lutar pelo que realmente queremos..
Sabes o porque de tanto silencio e tanto reflectir? são apenas coisas, coisas que vêm e me dão luta, sempre e vão dar até que me ajudes e se vão até te ires..

Mas sabes, com o tempo tudo se tornou mais suportável e esta minha solidão tornou-se suportável e agradável, refazendo tudo o que sou até ao dia..

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desfaço as desculpas que crio a volta de mim, que me protegem contra a magoa de nãos consecutivos e desfaço-me de todas as ilusões, em questões que tão minhas enchem este ar que respiro. Nada em  tempo algum fazia-me imaginar que alguém sem me tocar conseguisse estremecer todo o castelo que é se não parte de mim.. Nesse mesmo sempre sonhei alto e sempre cai pelas escadas em terreno seguro aonde tudo me é fácil, aonde todos os meus padrões se escondem e me atacam para me levantar! Sabia que um dia tu irias aparecer, não sabia o que iria acontecer e como sempre acabo sempre por fazer asneiras e a destruir tudo em minha volta.. posso tentar lutar pelo contrario mas nunca nada de bom fica e difícil é saber se algum dia alguém me percebeu..

Eu caiu e levanto-me todas as vezes, sem mais pego em todos os pedaços e refaço-me, defendo-me e mantenho-me leal a mim próprio e como sempre tentei pegar em tudo o que é de mim e repôs-me neste meu eu mais que nunca tentei fazer o impensável como sempre, mas nunca, e acredita que nunca sosseguei, nunca fiquei quieto e tranquilo, sempre quis mais e maior e mais forte e nunca desisti de magoar uma e outra vez.. ciclos que por algum motivo ficaram no chão.. eu ainda me questiono o que tens, pr'álem de seres tão maior que o meu eu esperava.. e horas a fio volto a questionar-me como tão pouco foi tão grande ao ponto de sucumbir com a memoria de  uma possível tal..


Mato-me para quê? quando não sou eu quem procuras.. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Intenda-se que não estarei perto de ser entendido quando digo que quero falar, pois palavras não chegam para demonstrar tudo o que está dentro de mim e mais difícil é ver que por mil palavras que diga ninguém as entende.. Não sou maluco quando digo que entendo e compreendo, não sou maluco quando digo que em ansiedade espero qualquer sinal teu para poder te dizer que quero esperar e ir pelo caminho mais longo se for preciso mas também quero ver que entendes que quando digo que estou aqui não é só para ver arco-íris e unicórnios encantados!  Sabes que sou peixe de fundo, sempre me trago ao de cima e trago outros que não pertencem cá em baixo.. todos nós temos uma hora de sair do fundo e não vai ser hoje mas já está na hora e eu não me vou embora sem deixar uma corda presa a ti porque mesmo que não me pertenças também não pertences lá em baixo.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Em todos os cantos vemos defeitos e falhas que não nos agradam.. sempre me contentei superficialmente com alguns pormenores que me juntavam a outras almas.. até ao dia em que a insatisfação foi tão grande que peguei em mim e fiz-me ao mar de infinitas possibilidades para encontrar a metade desta laranja, deixei de me contentar e de acreditar que em tempo tinha perdido a peça do meu puzzle. Fartei-me de me contorcer e de me esticar para os lados, expandi e expando-me todos os dias em modo de me tornar o mais completo possível e achei um sorriso sozinho e a toda uma força impensável de me mexer em direcção de um futuro que tenha deixado de acreditar. Pensava que era uma mudança que viesse com o tempo mas tal como tu, tudo me caiu em cima como um asteróide que devastou tudo a volta e sem pensar mais peguei em todos os pedaços e recompôs-me e recuperei para te encontrar..
Sempre fui criticado por ser incuravelmente estúpido por acreditar que um dia iria encontrar a minha metade, a pessoa que me lê-se os olhos sem me conhecer e me fizesse rir ser esforço, que entendesse o meu lado negro da lua e fosse justa para mim.. com os anos essa ideia que parecia desvanecer só ganhava força com a vontade de um dia ter uma família, ideias que me eram cortadas de salto em salto..
Fartei-me de ficar de braços cruzados quando me caiu em cima que de todos nos nós só eu sou o culpado dos meus erros e se não os der não aprendo e desistir não se torna uma opção, quero te enfrentar, quero levar-te contra a parede e mostrar-te que sou homem e que vou lutar.. Porque eu não sei o que há dentro de ti, nem como toda esta ligação mas só sei que não vou desistir e baixar os braços porque estou farto de desistir, por uma vez na vida quero lutar por alguém que mereça, e estou farto de não merecer ser feliz!
Sabes-me, como te sei mas não me és como não te sou..
Mas quero ser, porque sim um homem também chora mas se chora por alguém é porque essa pessoa vale a pena.. não sou muito de chorar, sou mais de escrever e berrar..

Todos temos tempo, só sei que não vou esperar demasiado.. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E se tudo o que sabes mudasse da noite para o dia?

Sabia-me até ao dia em que este turbilhão de pensamentos, que em excesso os repito, me atirou para o outro lado do meu pequeno ser.. E se em vez de fugir eu ficar, ouvir tudo na mesma mas com um sorriso sem uma única lágrima. Um ficar mesmo se ser o motivo de todo deste rebuliço.. E se eu quiser? eu posso querer diferente para ti do que quero para mim, todos nós sofremos e não queremos ver os outros a sofrer mas e se eu disse que estou bem? e se eu disser que fico melhor se te vir a sorrir? e se eu te disser que te compreendo, se disser que sei que isto é demasiado rápido, e se eu disser que quero esperar para ver mais.. ver até aonde o sol cai e aonde ele nasce..


Sabes, eu tenho medo do silêncio..

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ebrios, secos do fulgor da respiração.. as lágrimas não têm intenção de findarem e todas estas palavras mais  que papeis que guardo na carteira atormentam-me os sentidos e fazer de si um alimento de ciclos que se alimentam de mim e se vertem dentro de cada lágrima.
O saber de uma perda pode não ser o mesmo deste caso, pois tudo se passou sem a confirmação de todo um fim, pois não houve um inicio. 


Não gosto de meter bandeiras de aonde começam todas as coisas.

Posso divagar contigo e deixar-me adormecer nos teus braços? aturavas as minhas lágrimas?

Poderá um dia dar de mim mais um pouco para te mostrar tudo o que há aqui, abrir todas estas janelas e mostrar o meu pequeno mundo.. talvez um dia querias ver o que realmente há dentro de mim..

Chega.. por hoje, por agora e pelos próximos tempos.. nada em mim podia ser tão maior do que isto que ninguém vê..

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Entre berros e ondas que rebentam em meu corpo nada entende estas desavenças com o mar, nunca as tive. Tive que te enfrentar e chorar só para saber que és real e sabes? irritas os deuses por moveres montanhas e rios de lágrimas que pensava que tinham acabado.. nunca vi a lua tão zangada comigo tal como nunca gritei tanto contra o mar. Toda esta corrente puxou de mim a irritante mania de não me controlar e de falar demasiado.. 

Um dia hei de entender-me, enquanto isso, prefiro voltar a deitar-me no teu colo e receber mimos porque venham quantas tempestades vierem, cá dentro não vou deixar de ser um menino que se deixa derreter com carinhos..
Custa mas passa, se quiser, mas não quero.. não quero mudar a minha mente.. eu falei, mais de que algum dia esperava falar. Vomitei precocemente todos os meus sentimentos sem ter a noção de todos estes meu impensáveis erros.. não te sou como queria e tudo isto já eu sabia mas preferi me cegar e sentir tudo como uma criança e não me arrependo de um único segundo porque todas aquelas horas foram como um recuperar da esperança de voltar a sorrir, feliz rasgando os lábios porque não sorriem há muito..
Podia passar horas a descrever tudo e desabafar mas que importa, eu sei que não perfeito nem chego para encher os olhos de ninguém, mas estou e estarei aqui para ti.. contigo ou semtigo.. *pequena gargalhada*

Uma vez uma pessoa disse-me "se realmente gostas dela, deixa-a ser feliz, deixa-a voar e seguir o caminho que ela quer escolher.. vê-la feliz deve valer o suficiente para te encher o coração".. sei que é algo que as vezes é complicado mas tenho vivido assim desde então.. porque eu prefiro ver as outras pessoas felizes, porque tudo o resto são pormenores desnecessários em mim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A quem não o vê não poderá dizer que tudo isto foi em vão, nem pode dizer que esta agonia se baseia no passado.. sei que mais um ano muda e tudo puxa mil e uma memoria de infelizes momentos que se auto-advêm durante estes pequenos momentos de fraqueza que se expandem e se deixam descontrolar em espasmos de incontroláveis vontades de tudo destruir ou tudo acarinhar num leito de caótica e instável instanciá que faz de si própria um estado em mim.. 

Sabe-se que todo este contorcer não o vê nem estarás perto de perceber todo este infortúnio de cordas. Sei que não passa de entrelaçados de coincidências e que é simplesmente imaturo e incapaz de se explicar por palavras minhas ou de qualquer outra criatura.. Sabem apenas que não me ligo tanto, nem me deixo prender assim nem por passados inesquecíveis..
Não te revelo nem a mim, como não te revelas, mesmo com esse manto eu vejo-te tão claramente como uma flor ao sol. Gosto de te ver, é bom, faz-me esquecer que sou este peixe do fundo, há quem só veja a minha luz depois estar cá fora, mas não gosto de o fazer..  não sabes que é nesta eterna escuridão que é o mar que me escondo pois atrocidades não pertencem em campos verdejantes.. vocês compreendem todo este contorcer para esquecer o que nunca irá acontecer, como podia acontecer?

Hoje só me apetece partir espelhos, berrar, chorar, até que todo o silencio me encha de coragem para me levantar de sorrir para o mundo, sozinho.. por agora sozinho..