quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Redescubro a dor como meio de me ver mais, partilho com a noite as minhas inquietidudes, devaneios e dores não tão doentias. Aprendi a reconhecer que me falas e que não te tenho ouvido, agradeces ao fim de uma noite em claro e deixas-me descansar. Sei-te, sei-me mas não me és..
Fui por mim mais e para me corrigir, deixei os anos tratarem da minha pele e encarreguei-me de aprender com todas as dores, das pequenas até as sufocantes, aprendi e partilhei tudo contigo! Sei que as vezes fazes vista grossa para não me ver mas ouves-me sempre, lês-me nas entrelinhas e avisas-me, não te retrais em crueldade e enches as ruas de nevoeiro.. Deixas-me feliz no meio da densidade dos teus problemas, encontras-me sempre aonde me queres e eu aonde te quero, nunca dependeste de mim nem eu de ti!
És livre como o vento que me ensanguenta a cara, sempre foste e sempre me deixaste ser.. nunca foste consciência que presta-se mas sempre deste o braço para mergulhar num rio de culpas e magoas, obrigando-me sempre a renascer, limpar-me é sempre o pior.. Sabes que me sabes e sabes que já deixei de baixar os braços e tudo se torna uma luta, um erguer dos braços que com o tempo não pesam reclamam apenas descanso..
Tens razão, nunca tive em mim toda a força necessária para fazer quem mais quero ficar, nem nunca terei a força para lhes mudar a vida.. vou aprendendo contigo mas hoje..

Hoje descanso os meus braços e aconchego-me a memorias..

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