segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mentes e tendes em me desmentir em reflexos que a lua renegou, falas-me como se fosses mais eu que eu e queres me roubar o que sou.. Sabes que em mim não tens meio de te impor mas sabes também que deixo que me corrompas e me deixes em baixo porque sabes que te dou razão.

Não tens mãos, mas nas mesmas tens o pouco que resta. Tens todo o calor e tudo o que te aquece e usas-te como razão para deixar que eu mesmo não a ter. Torturas-me e encharcas-me a vida para te dar a razão que por vezes não tens, sabes bem que não me dou bem com toda essa chantagem emocional que deténs em teu conhecimento não fosses tu um excerto de mim..

Sabes, falo-te as vezes para não te ouvir e ela sabe, muitas vezes estes monólogos mantêm-me aqui, longe da lua, agrafado ao chão. Algo que preciso, se não tu e ela deixam-me a bater mal, a deixar de fazer qualquer especie de nexo, sabes que a tua conversa roça no absurdo da esperança, como faca de serrilha em cordas finas, as mesmas que não são feitas para sustentar esperanças, essas mesmas que enterrei.

De passos a braçadas, faço-me longe de ti. Tento te congelar e permanecer sóbrio sem qualquer ligação.. Mergulho na noite, ensanguento de cinzento o ar que me rodeia e projecto-te neste meu mar de fumo.. o vento sopra-te e eu volto a encher o ar e tudo se segue num ciclo durante horas. Só quando o sol me vira as costas é que eu deixo que o coração me corrompa e te dá caminho para voltares ao meu pensamento..
Passo do gelo ao infernal e abrasador silêncio lacrimejante que por dentro causas.

Amordaço-me a cama e deixo as lagrimas correrem e hoje deixei-me tocar por ti.

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