sábado, 8 de dezembro de 2012

Espelho, sempre me atraiçoaste e no fim mostraste-me sempre o que vês.. nada mais que um pequeno trapo rejeitado até pelo lixo.. sim sim, podem passar horas a dizer o que interessa e o que parece bem, tudo aquilo que sei e que tento ver sempre.. "só não vês o que não está lá.." tão simples..

Um olhar pode matar nos por dentro e outro nos trazer das maiores das alegrias, o animo pode ir e vir todos os dias enquanto a magoa permanece escondida a raspar o interior até ao mais ínfimo detalhe, esculpindo apenas o que lacrimeja e o que permanece inconstante, crava as incertezas e provoca a cedência do sorriso. Podemos lutar todos os dias com a magoa de se perder, ou de nos perdermos, mas não se consegue combater a magoa do mal amado ou das insanas incertezas. Sei que já tive mais longe de estar louco mas toda esta sanidade e frontalidade terrena mata tudo o que ainda resta de mim..

Parti espelhos e fechei os sentidos a quem não me quer bem, tinha tempo para ter um camada de gelo glaciar capaz de magoar quem quisesse se aproximar, podia ter o meu nariz nas nuvens e o ego no espaço.. podia também não ter medos nem duvidas porque tudo se resume ao sim ou sopas, o confronto com o que simplesmente é ou não é.. podia ser tanto terra à terra.

Não sou.. o meu mar é o céu e todos estes peixes que voam tornam-me tão normal e tão calmo..


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