sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estrada, desfolho-te e detesto-te por não te desprenderes de todas as pequenas memorias. Sabem a corpos mortos, nefasta a sensação de rancor. Um pequeno ódio que não se complementa a nada mais que toda a informação que se arranca do vento..

És o ventre da minha insaciável cede de esquartejar o mar. Derrubar torres e gritar a pessoas!
Sabes que me apetece derrubar-te e prender-te ao fundo do mar.. deixar-te sentir todo o peso do mundo, fazer-te reveres o que é sentir como me sinto..
Não, não consigo falar nem gritar.. nem chorar! Todo este meu ser se contorce em espirais inversas e avessas ao meu ser.

Queimo-te, deixo-te arder e vejo-me a enlouquecer nas cinzas que desejava que houvessem.. 

Infama, neurótica obsessão por este sofrer, um entrelaçar de tudo aquilo que construí e destruí com o tempo. Sabes-te bem, e rejubilas com cada gota de todo o meu ser verte.. Deixo.
Tudo aquilo que se perde transforma-se, mais uma vez, em magoa e em pequenos pingos de dor que rancorizo ao teu espelho. Deixo-me entrar, afundo-me em caóticos mundos e distorço um pouco a realidade até me ver minimamente sorridente, para te alimentar de dor. Da mesma que me dou a beber.

Grito até não ter voz, deixo o mar para trás e volto à estrada que tão cheia de buracos ainda está..

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